quinta-feira, 5 de março de 2009

Ato contra a Folha de São Paulo e sua Ditabranda

"Comunicado sobre o Ato Público do próximo sábado Arquitetura do Protesto

O tempo urge. Providências e comunicações sobre o Ato de sábado contra o neologismo “ditabranda”, sucedem-se. Assim, quero propor publicamente que tal Ato se desenvolva de forma ao menos parecida com a que explicarei a seguir.

O Ato Público contra a “ditabranda” acontecerá no próximo sábado, dia 7 de março, às dez horas da manhã. Se os manifestantes puderem sair com antecedência de suas casas, facilitarão que tudo ocorra no horário programado.

O tempo de duração do ato, para não ser penoso – pois ocorrerá sob o sul excruciante que tem feito em São Paulo –, é bom que não seja exagerado. É possível perfeitamente fazer tudo até o meio dia ou uma hora, no máximo.

É importante também lembrar que há muita gente contrariada com o exercício que faremos de nosso direito constitucional de manifestação. Apenas lhes digo isso confiando em que, para bom entendedor, meia palavra basta.

O Ato será aberto pelo Movimento dos Sem Mídia, quando serão ditas algumas palavras sobre a iniciativa de exortar a sociedade a não permanecer impassível – ou quase – diante de uma teoria política que afronta a memória de COMPATRIOTAS nossos, muitos dos quais foram nossos pais, mães, irmãos, esposas, esposos e, o que é pior, muitas vezes até nossos filhos.

Depois dessas considerações, proponho que a palavra seja franqueada à professora doutora Maria Victoria Benevides, por razões óbvias. E, em seguida, às vítimas ou aos parentes das vítimas da ditadura.

Como é imprevisível o número de pessoas que comparecerão e que pedirão para se manifestar, peço a todos que quiserem a palavra que combinem antes com o 1º secretário do Movimento dos Sem Mídia, Antonio Arles, que me ajudará na tarefa de tentar conferir um mínimo de organicidade ao que faremos.

Acreditamos, também, que cinco ou dez minutos deveria ser o tempo máximo para cada exposição, a fim de um só não impedir a palavra de muitos.

Após o último pronunciamento de vítimas e parentes de vítimas da ditadura, pronunciamento final que será estabelecido a critério dos organizadores do Ato, será lido o Manifesto do Movimento dos Sem Mídia pela Justiça e pela Paz no Brasil, já publicado aqui neste blog.

Nesse aspecto, lembro a todos que o Movimento dos Sem Mídia assumiu a responsabilidade pela realização daquele Ato Público junto às autoridades competentes e que, por isso, tem a obrigação de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que ele transcorra dentro dos ideais e dos princípios que lhe nortearam a criação.

O Movimento dos Sem Mídia, na qualidade de organizador, repudiará qualquer ato que infrinja as leis, o direito de ir e vir do público, a integridade do patrimônio público e inclusive, e principalmente, do bom senso, da serenidade, da sensatez e da civilidade.

Cumpre-me lembrar que os alvos de nossas queixas têm o maior interesse em que nos desqualifiquemos. Eu, no entanto, confio de tal maneira nas pessoas que lá estarão num sábado de manhã para exercerem sua cidadania que tenho certeza de que nos portaremos como lordes ingleses em cerimônia de honrarias de Estado.

Proponho, finalmente, um Ato solene, compungido, o menos ruidoso possível, que diga ao país, olhando-o nos olhos, que, num passado recente, fizeram nosso povo sofrer durante duas décadas, sobretudo nosso povo mais pobre, atirado na indigência, na ignorância, na carestia e na violência de guetos que formigaram por cada quadrante desta Pátria, e que, assim, preferimos morrer a permitir outra “ditabranda” neste país.

Enfim, era isso. Só me resta dizer que passarei os próximos dois dias em comunhão ainda mais profunda com a minha fé cristã, que exerço sem intermediários em igrejas e assemelhadas, contra as quais nada tenho contra, mas também nem a favor. É que, com Deus, prefiro entender-me sozinho."

fonte: http://edu.guim.blog.uol.com.br/

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