sexta-feira, 30 de maio de 2008

Obsolescência

Ontem assisti um programa no Discovery Channel - e essa é a típica frase que me qualifica como um nerd, afasta as mulheres, e me diminui perante os machos-alfa em geral - que mostra como se faz as coisas, acho que se chama - oh!- "Como Se Faz".

O item de ontem era um disco de vinil, desde a gravação dos sulcos com música numa placa de laca, passando por jatos de prata e banho de niquel pra fazer uma matriz e prensar o vinil individualmente.

O chocante de tudo, pra mim, foi ver que todo o maquinário da fábrica de vinis era antigo, meio enferrujado, kitsch, como aqueles documentários que mostravam homens de óculos grossos e ternos safari (safari suits).

Mesmo o vinil tendo começado a sumir faz uns dez, quinze anos, todas aquelas máquinas pareciam ser antigas demais, valvuladas, com botões grandes quadradões, luzinhas vermelhas e chaves de liga e desliga.

Aí hoje estava indo ao trabalho e embaixo de um viaduto onde acampam umas famílias de sem-teto havia uma pilha de fitas cassete. Devia ter uma duzentas fitas lá, todas das mais novas, caixinha transparente e não as caixinhas pretas e brancas que eu tinha dos discos da Donna Summer e da novela Guerra dos Sexos Internacional.

E me deu uma pena daquela tecnologia e de mim mesmo. Morreu o cassete, morreu o vinil, e morreram ótimas expressões como "troca o disco", "parece disco riscado" e "lado b". Que têm tanta força e sentido hoje quanto referências ao Fofão, ao bigode do Sarney ou à gostosa da Sandra Bréa - que já morreu, e quando eu falo dela sempre gera um ar de insipidez das pessoas com menos de 40 anos e um suspiro de tesão pré-histórico dos mais velhos.

Envelhecer também é isso. É tornar suas memórias obsoletas pelo simples fato delas não se referirem a mais nada da atualidade.

Mas é um problema da humanidade desde sempre. O homem que inventou o fogo, quando envelheceu, também devia falar dos dias sem fogo pra ouvintes mais jovens, que não deviam entender nada pela falta de referência sobre a vida sem fogo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Um mês de spams.

A McAfee fez uma experiência com voluntários no mundo todo, pela qual as pessoas deveriam receber, abrir e seguir as instruções de todos os spams que recebessem.

Yeah, tudo! Desde sugestões pra se aumentar o pênis, conseguir virilidade, atrair mulheres, até fotos da menina Isabella, dos Mamonas Assassinados, e propostas de resgate de prêmios milhardários na Nigéria.

Durante um mês os voluntários foram atrás de todos os links, abriram todos os arquivos, baixaram todas as barras de ferramentas, fizeram tudo o que não se deve fazer.

O resultado dos participantes brasileiros, e seus comentários sobre a experiência, estão nos blogs de cada um, acessados por este link: http://www.mcafeespamexperiment.com/brazil.html

Eu fico bege de ver as mensagens que recebo, mas, via de regra, não abro nada. Acho que o bicho vai começar a pegar no Brasil quando os spammers começarem a fazer mais mensagens em português.

É que pra gente aqui do Brasil uma postagem como essa que recebi, tendo "Bvlgari Watches" como assunto, não chama muito a atenção. O texto dela - "MY JEWELER COULD NOT TELL IT WAS NOT A REAL ROLEX - More information how to buy an AAA+ quality replica!" sendo um link- é suficientemente panaca pra qualquer pessoa no Brasil que fale inglês sacar que é um spam com possibilidade de ser phishing.

Mas quem fala inglês no Brasil costuma ser um pouco mais criterioso e informado sobre esses golpes - por força meramente de ter mais educação formal, ler e tal. Se o texto desse spam fosse em português, oferecendo algum artigo da moda - sei lá, tênis Nike, calças Diesel, bolsas Prada - sem dúvida uma caralhada de gente iria clicar. E dançar, cularo!

Como já dançam nos phishings da Receita Federal, dos Correios, do Banco do Brasil, da Tim, da Gol, etc.

Ou seja, o que nos separa do caos é só a barreira linguística. Que em breve deverá ser superada por algum phisher/spammer atento às possibilidades de enganar.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Zombie Strippers!


Yeah, as coisas acabam se misturando sempre, como aqui: zumbis e atrizes pornôs.

Jenna Jameson- cujo nome já é um si uma gozação do reacionário chefe do Peter "Aranha" Parker -é a estrela desta aventura cinematográfica.

Com ela aparece Robert Englund, famoso principalmente por ter sido o terror dos sonhos da juventude oitentista-noventista.

Será que é bom? Dificilmente. Empreitadas dos atores pornôs no cinema "de verdade" costumam ser constrangedoras, sendo exceção, pelo que me lembro, apenas a Traci Lords na sua aparição com Johny Depp no clássico de John Waters "Cry Baby".

Se bem que eu não me entrego à correnteza da opinião comum de achar que as atrizes pornôs são putas, já que ficar dando na frente de uma equipe de filmagem, se arreganhando toda não é labor pra qualquer uma. Fingir um gozo convincente é interpretação sim, digna de Oscar e não só dos prêmios AVN.

Um link pro trailer desse filme está aqui: http://www.craveonline.com/videos/filmtv/00007529/zombie_strippers.html?